domingo, 28 de março de 2010

Não quero ser todo mundo.

Eu conheço um alguém que sempre me prega a seriedade. Que não fala em sonhos. E que me diz que vive no mundo real. Eu sei que a gente pode até pensa que essa pessoa não vive no mesmo planeta que o meu não vive, mas muito nos enganamos com isso. Talvez essa seja a maneira que essa pessoa tem pra sonhar.
E sinceramente eu acredito que os sonhos existam não pra gente ficar sonhando apenas, mas pra gente buscar algo. Pra buscar algo que realmente está dentro de nós. Não vejo graça em viver por viver. Ou de fazer as coisas por que tem de ser feitas. Pelo simples fato de que todo mundo faz.
E não, não quero ser diferente, só pra ser diferente. Eu só não quero ser todo mundo. Eu quero ser alguém que faz o que sente vontade de fazer. Seja o que todo mundo faz, ou seja o que só eu faço.  Sou contra quem quer ser rebelde a toa.
É da natureza do homem sonhar, pensar, amar e buscar. E deixar de fazer tudo isso por rotina, ou por esquecimento não me parece natural. Aonde você iria sem os sonhos? O que iria querer buscar?
No fundo todo mundo sonha, mesmo que prefira não admitir. Mesmo até que não perceba que aquilo que você mais quer também é sonhar.

Sandy Quintans

domingo, 21 de março de 2010

Coisas não tão belas.


Eu me lembro que há algum tempo atrás eu não gostava de dias nublados. Muito menos de dias de chuva. Pra mim era como se o dia estivesse triste ou chorando. Ele não andava muito bem. Sentia pena do dia. Hoje isso pra mim é diferente. Eu gosto de dias nublados, posso dizer até que adoro, amo. É como se o dia estivesse nos refrescando, e estivesse descansando de ser tão ardente, e tão ofuscante. Quando acordo e saiu em busca de uma janela, pra saber como o dia vai me receber, fico contente em saber que está nublado, me sinto tão calma, e em ritmo desacelerado. Posso ter o prazer de dizer que gosto de todos os dias, os nublados, e os ensolarados.
Talvez com o tempo a gente aprenda a conviver com o menos bonito, o menos brilhante, o menos tudo. Não sei se essa possa ser uma boa coisa. Mas sei que tudo pode ter algo bom a nos oferecer. E que pequenas coisas podem ter o poder de nos mudar e de nos marcar.
E eu que há algum tempo pensei que tivesse perdido algumas das principais virtudes que carregava, me surpreendi ao perceber que estas continuam intactas. Me surpreendi ao perceber que o que nos torna nós mesmos não muda. Apenas a sua essência.
Sandy Quintans.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Despertar.





Um dia eu acordei e me senti como se a muito tempo eu não acordava. O tempo passou, as pessoas correram, e se cansaram.


S: Afinal de contas o que aconteceu aqui?
V: Você se apaixonou.
S: Hã, eu? Eu não me apaixono.
V: Mas você se apaixonou e também amou.
S: E aonde eu tava quando isso aconteceu?
V: Apaixonada.
S: Cadê todo mundo?
V: Você os mandou embora.
S: Por que eu faria isso?
V: Porque você resolveu amar.
S: Eu não amo mais?
V: Ama, só precisou acordar.
S: Por que?
V: Porque você se machucou demais, os ferimentos ás vezes despertam os amantes.
S: Vou ficar bem?
V: Pode ser que sim ou pode ser que não, eu não revelo futuro.
S: Afinal de contas quem é você?
V: Sou vida..
S: E por que tô falando com você?
V: Porque me procurou.

Me senti louca, insana, fazendo coisas das quais nem se passavam pela minha cabeça.Mas percebi que a grande louca aqui era a a vida, ou pelo menos nos fazia parecer insanos. Percebi que talvez eu de fato tivesse me machucado, mas senti tanta saudade de tudo, e de todos. Eu os procurei, porque falar de saudade não adiantava mais. Eles me olhavam estranho.
Pensei em quanto tempo estava adormecida. Me senti velha e passada, mas ainda era jovem. Não entendi qual foi a sensação. Mas de fato eu podia sentir as feridas. Mas de fato eu podia sentir falta de alguém que pensei que só tivesse existido em um sonho. Talvez nada tenha sido um sonho. Talvez ainda fosse tudo muito realidade. Mas eu acordei mesmo assim.

Sandy Quintans

sábado, 6 de março de 2010

Sobre as promessas.


Fiquei lendo tudo. Tudo que disse, que escrevi, que pensei. Foram tantas coisas que aconteceram. Era possível que terminasse bem? Era pra ter sido. Foram promessas jogadas ao vento. Promessas estas que servem pra afirmar a verdade, pra provar a grandeza dos atos. Que quando não cumpridas são mentiras, apenas coisas que não se realizarão.
Acho que promessas são coisas que perderam seu valor, junto com valor de muitas outras coisas. Até naquelas feitas a nós mesmos. Quantas são as vezes que você diz algo e não cumpre? Não, isso não é pecado. São apenas mentiras, apenas sinceras mentiras. Queria dizer o quanto podem machucar.
A verdade é que tudo se tornou a grande espera. A espera por mim. A espera por você. A espera por promessas se cumprirem. A espera por uma vida de verdade.
Então promete que vai voltar. Então promete que vai ficar. Então promete que não vai mentir. Então promete que vai ser feliz. Então promete.

Sandy Quintans