terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eu e o Machismo.

Dizem para as mocinhas que deve-se sentar de pernas cruzadas ou fechadas para que não se olhe o que não deve. Por entre as frestas. Não devem falar palavrão, é vulgar. Muito menos bater um papo com a boca cheia, seria rude. E as boas mães dizem:
"Boa esposa deverá ser"
 Boas mães. Talvez não seja mais assim, ou pelo menos não tão diretamente. Mas tá aí encaixado nas entrelinhas da sociedade. Já parou pra pensar porque a maioria das mulheres que passaram a concorrer o mercado de trabalho como qualquer homem possui jornada dupla? Trabalha dentro e fora de casa. Traz dinheiro e a roupa lavada.  Já parou pra pensar porque os homens acreditam que as mulheres não merecem respeito porque estão vestidas com uma roupa curta? Se acham no direito de gritar aos quatro cantos coisas do tipo "gostosa". Os homens se acham no direito de olhar pra bunda de qualquer mulher que passar na frente. Mulher na rua é objeto.
Eu e o machismo temos uma longa jornada de discórdia. Porque é muito fácil falar que uma mulher é estuprada porque causou isso vestindo um roupa curta. Fácil porque nada é feio pra um homem, é tudo bem fácil. É muito confortável encher a boca pra criticar uma mulher quando se pode fazer tudo. Porque homens acreditam que podem ditar regras. Ainda. Se o cara fica com muitas mulheres é "pegador", agora se for mulher é "galinha". Mulher é gente como todo mundo, com pai, mãe, família e amigos e merece respeito igualzinho você que acha que tem um deus no meio das pernas.
Devagar a sociedade vai mudando. Os homens se tocando. Mas de vez ou outra a gente se depara com certos comentários que me desperta. Me desperta em defesa do meu sexo que já deixou de ser frágil porque entendeu que os dois sexos saíram do mesmo buraco. É, esse mesmo.

"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."
 Carlos Drummond de Andrade

Sandy Quintans

sábado, 3 de dezembro de 2011

Pra entender.

Uma vez me disseram que quando a gente assiste um filme e não gosta é porque não entendemos. Fiquei pensando se com as pessoas também são assim. Será que não gostamos daqueles que não entendemos?
Ou será que não gostam de nós quando não nos entendem?

"Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e fazer feliz por inteiro. Difícil é ocupar o coração de alguém. Saber que se é realmente amado."
 Carlos Drumond de Andrade
Sandy Quintans

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Quando era silêncio.

Lembro que quando eu era criança eu era muito quieta, muito tímida. Acho que isso é normal quando se é pequeno, embora as pessoas falantes demonstrem isso desde de pequenas. Isso não aconteceu comigo. Eu sei que tem gente que pensa que gente quieta é infeliz, mas te digo que era mais feliz quando vivia em silêncio. A vida acontecia tudo aqui, dentro da minha cabeça. Talvez tivesse sido a escolha dos tímidos, mas talvez eu não fizesse questão de me relacionar. Isso poderia até ser inconsciente.
Um dia, a vida me levou a ter voz, eu não sei por quê. Tem muita gente tímida que continua até o fim, e por mais quieta que eu ainda seja eu já quase não encontro nada de mim. Deixei as pessoas baterem na porta e até entrarem. Eu aprendi a gostar das companhias, mas não aprendi a gostar das descobertas. Ás vezes me dá uma vontade de voltar pra dentro, igual se faz a tartaruga. Mas pro meu azar não sou tartaruga, sou gente.
O que me incomoda de verdade é que quanto mais eu vivo, menos eu acredito, menos eu consigo. Vou descobrindo problemas que antes estava solto, e que agora eu descubro, e que agora me descobriu. Me sinto impotente, e ás vezes insuficiente. Minha voz é cada vez mais ácida, ás vezes me assusta. Não quero mais sentir medo do mundo e nem de mim. Eu não quero desconfiar, quero acreditar.
"Sinto impulsos covardes, assustadiços e escapistas de voltar. Também porque sinto saudade, muita, de tudo. Mas sei que não devo"
Caio Fernando Abreu
Sandy Quintans 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O medo do mundo.


Ela passou a sentir medo do mundo. É triste pensar que quando somos inocentes não sentimos tantos medos. Pelo menos não medos reais. De repente ela observa as pessoas e percebe o quanto estão se vendendo por tão pouco. Tem medo que as pessoas passem a se comerem por dinheiro. Embora elas já se comam.
Algumas pessoas se questionam o por quê dela sempre procurar fazer o correto, ao invés de fazer o mais fácil. Ela sabe que ninguém é perfeito e que nem sempre dá pra fazer o que é certo mas pensou:
"As pessoas gostam tanto de facilidade que me fazem parecer Madre Tereza de Calcutá, e isso estou bem longe de ser."
Talvez possa parecer exagero alguém se espantar tanto assim com as pessoas. Mas acontece que ao passar dos anos ela percebeu que a grande maioria das pessoas não fazem nada realmente produtivo se for em troca de alguma coisa. Parece que a última moda que pegou foi pensar em si mesmo. O engraçado é que uma vez ela escutou alguém dizer que quando nós humanos passamos a viver em sociedade, abrimos mão da nossa individualidade. Talvez por isso pareça que não está dando muito certo.
Agora, quando ela se senta no ônibus tem de desconfiar até dos confiáveis. Tem de ter medo da pessoa próxima, não sabe bem aonde se sentar. Quando anda na rua não pode nunca ser distraída. E quando um político lhe prometer algo ela já sabe que não deve acreditar. Apesar de não saber muito em que acreditar ela sabe que antes de confiar ela vai ter de desconfiar bastante. E é por isso que ainda sente medo pelas pessoas e das pessoas.

Sandy Quintans

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A falsa magra.


Hoje em dia me permito muito mais. Mais do que isso me permito falar. Por muito tempo isso não foi normal pra mim, sempre fui quieta. Nos tempos falantes ou nos tempos quietos, uma coisa sempre foi característica minha imutável, sinceridade. Tenho uma língua um tanto afiada, falo de mais. A parte chata é que falo a verdade, mas acho que todo mundo deveria ser assim. Por outro lado acho isso irônico.
Sabe aquela história de falsa magra? Então eu acredito que sou dessas pessoas. Parece que é , mas na verdade não é. Quando conto para as pessoas que doei sangue a primeira pergunta que me fazem é se tenho mais de 50 kg pra isso. Sim, eu tenho. 
Além de me considerar falsa magra, apesar de ser magra, também me considero falsa alta. Quem me vê em fotografias e depois me vê pessoalmente sempre diz:
"Pensei que fosse mais alta"
Eu causo essa impressão nas pessoas. Isso é porque tenho pernas longas.
Além disso também sou falsa inteligente. Eu sou inteligente, mas sou bem menos inteligente do que pareço ser. Quem me vê, sempre vê que estou com alguma coisa pra ler, textos, livros, revistas. Adoro ler, mas ás vezes sinto que tenho problema pra guardar informações. Ou falta de atenção mesmo. Não consigo falar sobre nada de verdade sem ser sobre eu mesma.
E em meio a essas falsidades, o que mais sei dizer são sinceridades. Em sua maioria ácidas sinceridades, das quais a maioria das pessoas preferiam que ficasse quieta. Em meio a essas falsidades é a falsidade que menos conta.

Sandy Quintans

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Zero à Esquerda.


As pessoas me olham como quem acha que alguém é um zero à esquerda. Não sei explicar. De repente comecei a pensar que devo ser mesmo insignificante. De repente começo a pensar que sou uma decepção na vida das pessoas. Elas deveriam estar esperando algo de mim. Mas pararam. Até em minhas tentativas de agradar eu desagrado.
Eu dou o melhor de mim e ainda sou esquecível. As pessoas não costumam nem lembrar do meu nome mais, agora sou "Stephanie". Eu não sei o que aconteceu. Esses dias eu entrei na comunidade "Eu tinha um futuro promissor". É assim que me sinto. Como alguém que deveria ter feito algo importante e que agora não é nada, nem promissora. Alguém que agora é ínvisivel. Será que devo me chamar "Amanda"?
Me sinto sozinha como alguém que deve ser esquecido. Conheço poucas pessoas que realmente acreditam em mim, e nem preciso dizer que uma delas é minha mãe. Passo os dias pensando qual foi aquele passo decisivo que acabou com tudo. Mas sei que deveria pensar em muitos passos.
Não gosto de discurso de auto piedade, mas não consigo parar de pensar nesse zero do lado errado. O zero que diz que se for apagado não mudará nada além de gasto com tinta. O zero que diz que não fará falta á ninguém. O zero que diz que não há crença de que você possa agregar valor. O zero que diz que tu não vira nem dez reais.
Talvez seja só mau humor.
Sandy Quintans.

domingo, 7 de agosto de 2011

Intolerância.

Em pleno século 21 ainda existem pessoas que acreditam que homossexualidade é uma escolha. Eu não me lembro de em nenhum momento da minha vida hétero pensar "Quero ser gay" e olha que sou uma pessoa indecisa nessa vida. Ainda se gays tivessem algum privilégio pode ser que eu entenderia como uma opção, mas vivemos em uma sociedade machista que ainda acredita que a característica mais marcante de um gay é ser gay.
A maioria das pessoas faz questão de enfatizar que alguém é gay se ele for. Não se conhece pela ótima pessoa que é, nem pela ótima pessoa que não é. Não se conhece defeitos nem qualidades, se conhece por sua opção sexual.
Geralmente sou contra privilégios. Prefiro ver igualdade, igualdade de pele e igualdade de opção sexual. Se todos nós viemos parar aqui do mesmo jeito por que não ser tratado igualmente? Mas a intolerância é grande. E enquanto homossexualidade for tratada como doença ou como opção creio que esta sociedade ainda tem muito o que evoluir.

Sandy Quintans

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O dilema da rotina.


É claro que rotina é uma coisa que desgasta. Só as pessoas sistemáticas apreciam uma boa rotina. De uma forma ou de outra, o tal cair na rotina acaba com muitos relacionamentos. E acaba com muitas pessoas. Quem é que gosta de fazer as mesmas coisas inúmeras vezes por inúmeros dias? Foi então que me encontrei em um empasse.
Nunca fui de rotina, gosto de não ter hora pra acordar, muito menos pra me arrumar. É muito melhor fazer as coisas com calma. De repente minha vida entrou em uma rotina danada. Meus horários entraram nos eixos e a minha correria começou. Uma hora ou outra a gente acaba tendo que correr atrás do pão. Por mais incrível que pareça eu gostei, minha mente ficou mais criativa e meu dia mais produtivo. Mas um dia as férias vieram e minha rotina foi pro saco. Eu fiquei um saco, e tudo virou um saco. Meu namorado que o diga, me ouviu xinga-lo um mês inteiro. Pareceu uma eterna TPM.
Depois disso entrei no dilema da rotina. Estou na dúvida se a adoro ou se a detesto. Na verdade acho que acabei percebendo que não sou mais tão adolescente quanto pensei. Adulto que gosta de ser rotineiro. Gente velha que gosta de fazer a mesma coisa todo dia. Old People.

Sandy Quintans

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Filhos da Tecnologia.

Pra mim foi inevitável questionar a sensibilidade da minha geração. Sempre vejo as pessoas mais velhas me dizendo que não aguentam assistir ao filme 127 horas. Ao contrário das pessoas da minha idade elas não gostam. Mas eu penso é uma grande história, e com final feliz. Medir a sensibilidade das pessoas através do que elas assistem é uma grande ideia, um grande termômetro. De uma maneira bem generalizada, homens gostam de filmes de ação, mulheres de romance, jovens de jogos mortais, e pessoas mais velhas de histórias comoventes e de preferência reais.
Pensando em outro ponto, parei pra ler um artigo em uma revista de história sobre a década de 60, época da qual eu sou apaixonada. Lá contava sobre o engajamento politico da época que mudou grande parte das coisas como são hoje pra gente, pois os movimentos e revoltas foram inúmeros. Uns lutando contra guerra, outros em lutas trabalhistas, mulheres em busca da liberdade, e estudantes lutando por algo melhor. Enfim um verdadeiro caos á favor de algo, á favor de uma mundo melhor. Não pude deixar de voltar a questionar sobre a sensibilidade da minha geração. É fato que gostamos de pensar que as pessoas eram mais felizes em outros tempos, afinal não estávamos lá para nos certificar. Mas contra fatos históricos não se pode ir contra: de fato as pessoas lutavam, principalmente os jovens, pois acreditavam em algo, acreditavam que as coisas poderiam ser diferentes.
Eu vivo em uma geração aonde se acredita em algo além de si mesmo? Quando foi que deixamos de acreditar em algo? Acho que passamos a acreditar na Apple, No Google, Na Microsoft e no Facebook, embora o mundo esteja um caos. Ainda. Nossa sensibilidade foi afetada pela tecnologia?  Será que utilizamos todos os nossos recursos á favor de um mundo melhor? É óbvio que não, estamos aí tentando nos promover entre bilhões de outros nós. Sou da geração que só sente algo se ficar sem internet. Será?
Levantei toda essa questão depois de perceber que já não sou tão sensível quanto costumava ser. Cresci, me sinto mais velha, mas definitivamente não me sinto nem um pouco mais sábia. Quando era mais nova sentia que sabia de algo, e hoje sinto que já não sei de mais nada. Não sinto meu engajamento pelo mundo, não sinto minha contribuição e não sei mais quais são as minhas crenças. Talvez esteja na hora de acreditar em alguma coisa afinal.

Sandy Quintans

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pior que ser ruim é ser boa.

É o quase que me incomoda. Pior do que ser ruim em alguma coisa é ser bom. Eu nunca fui boa o suficiente pra ser a melhor. Mas sempre fui boa. No entanto foi sempre na trave que eu bati, tudo isso porque sou boa. Sou boa aluna, boa funciónaria. Boa o suficiente pra não ser lembrada. Tenho a impressão de na verdade são os ruins que são lembrados. Parece que reconhecimento mesmo só vem pra quem fala e não pra quem faz. Tola fui eu de querer fazer alguma coisa.
Será que nesse país só os idiotas que conseguem alguma coisa? Ou será que é no mundo inteiro? O que me chateia é que tem gente boa de verdade, realmente bom em algo que tá aí, comendo o famoso pão que o diabo amassou. Enquanto tem gente que nunca fez nada de bom realmente e está subindo cada vez mais alto, cada degrau.
É esse tipo de coisa que faz meu dia ficar cinza quando está sol. Pior que ser ruim é alguma coisa, é ser boa, mas não o suficiente. Sou boa coadjuvante mas nunca boa atriz principal.

Sandy Quintans

terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre os medos.

Eu gosto das coisas como são agora. Embora por muitas vezes tenha parecido difícil. Mas eu sei, que isso não é nada, sei mais ainda que isso não muda nada. Há tantas coisas piores com que se preocupar não é mesmo? Não, não é. Eu quero que as coisas sejam sempre assim. Tenho medo de que algum dia as mudanças que provavelmente virão possam fazer com que a gente se perca. Não quero nos perder.
Mas não posso deixar de ter medo por tudo que já vi. Por tudo que já vivi, mesmo que seja pouco, mas não deixa de ser coerente. Tenho medo que nossos diálogos se percam, e que de alguma maneira os sentimentos mudem. Ninguém nos conhece como nós nos conhecemos. Já disse isso. Não poderia deixar de repetir.
A verdade é que embora todo mundo necessite de mudanças, inclusive nós, desejaria que o tempo congelasse se tivesse a certeza de que isso nos faria felizes. Mas só desejaria isso por medo, por covardia. Medo de entrar na estatística. Nas estatísticas de um final eminente. Quero mesmo é entrar na minoria. É por isso que me dá um medo de ser todo mundo, os finais quase nunca são felizes.
E como sempre digo, quem faz a nossa felicidade somos nós mesmos. Não vamos perder tempo olhando pro  vizinho né?

Sandy Quintans
                             

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Bolha.

Ás vezes eu tenho a impressão de que as pessoas estão começando a viver dentro de uma bolha. É engraçado porque a informação está aí, pra ser discutida, pra ser conhecida. E no entanto todo mundo só quer saber de conviver com pessoas iguais, que se vestem iguais, que escutam as mesmas músicas, e que votam no mesmo partido eleitoral.
Acho que está faltando um pouco de discórdia de vez em quando. Não pra haver brigas. Mas pra conhecer um pouco o lado do outro. Conhecer suas crenças, se interessar por coisas novas e parar de copiar a formula do outro. Copiar sim, até parece que só porque uma coisa deu certo com um pessoa, ou uma vez, tudo tem de sempre ser assim. Como diria Helen Quintans, tá cheio de "calça rasgada" por aí, repetindo e copiando tudo o que vê.
Todo mundo pode ser alguém sem ser igual a todo mundo. Que graça tem viver em uma bolha e só ouvir o que quiser?

Sandy Quintans

quinta-feira, 2 de junho de 2011

As Desventuras Das Mulheres que Procuravam o Amor.


Sempre fui contra machismo. Isso realmente é uma coisa que me incomoda na sociedade. E nem digo apenas de machismo por parte dos homens, mas também de mulheres. Existe muita mulher machista por aí. Ou seria melhor dizer: preguiçosa? Diferenças entre sexos existem, claro que existem. Mas diferenças entre seres humanos também existem. Nem por isso os direitos de cada um deve ser tirado.
As pessoas deveriam ficar juntas por ser gostarem, por se amarem. Ficarem juntas porque querem. Um relacionamento não deveria ser baseado em dependência, seja ela afetiva ou financeira, ou até mesmo comodismo. Acredito que toda mulher deveria procurar independência, assim como os homens procuram. E mais do que isso, procurar alguém pra ficar junto, por amor, sem pensar em status, sem pensar em dinheiro.
Muitos homens não gostam de mulheres independentes. Não sei se por medo ou por intimidação. Mas não entendo o por quê ainda existe o preconceito com mulheres que sabem se virar sozinhas, que gostam de ter o seu próprio dinheiro, sua própria maneira de se manter. Se parássemos para pensar na parte prática da história, esses homens veriam que na verdade eles não precisariam pensar em uma porção de problemas que o dinheiro traz aos relacionamentos. Mas a grande verdade é que eles se limitam a pensar que como essas mulheres não são dependentes, eles podem ser deixados para trás.
O que muito homem também não percebe é que mulher independente acaba tendo jornada dupla. Passaram a ser um pouco da mulher antiga misturada com a moderna. Mas essa maneira meio feminista de se pensar é cada vez mais comum. E mais do isso, são mulheres que buscam se manter bem sozinhas, mas que ainda trazem a graça de quem busca o Amor. Mulheres que ainda querem um ombro amigo, um abraço no fim do dia. São mulheres que sabem o valor do Amor. E que esse Amor seja independente do dinheiro. 

Sandy Quintans

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Trilha Sonora.


Sempre achei que a vida tinha que ter trilha sonora. Às vezes é meio entediante como filmes sem música. Filmes sem trilha sonora, nem que for pra ser daquelas mais discretas é deprimente. Eu perco interesse, perco o foco.
Foi pela busca de uma trilha que percebi que tudo entre nós dois era cercado de música. Músicas por nós mesmos , músicas que compunham a nossa trilha. Que se pareciam com a gente e que tinha a nossa cara. Ou músicas que diriam que em nada se parecia.
Em nossos pequenos passeios em que só nós dois entendemos. Com músicas que sabemos o que significa. Com a trilha sonora que construímos sem querer. Com jeito de quem ama música. Com cara de quem tem ouvidos. Passei a perceber que minha vida realmente tinha uma trilha.
"Quando ouço música, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais do que sonhos de um espírito eterno, bons e maus sonhos, de que cada morte é o despertar"
Artur Schopenhauer 

Sandy Quintans

terça-feira, 26 de abril de 2011

Happy Ending.


A: Afinal de contas o que acontece quando se tem um final feliz?
B: Não sei.
A: Alguém tem que saber, o que acontece depois?
B: Nunca tive um final feliz.
A: Por que não?
B: Sei lá, cada pergunta.
A: Vai dizer que nunca se perguntou o que acontece depois...
B: Nunca.
A: Eu não entendo, os filmes, os contos, tudo tem um final feliz, por que não se perguntar o que acontece depois?
B: Na vida real nem tudo tem um final feliz, nem sempre as pessoas esperam isso.
A: É por isso então, não acredita em finais felizes.
B: Talvez não deva existir "depois" do fim. Final feliz é onde tudo acaba.
A: Pra ser ter um final feliz tem que ter tido uma vida feliz?
B: Isso mesmo, sem depois, só finais.
A: Eu prefiro pensar que todo mundo tem que ter um final feliz.
B: Talvez tenham.
A: Ou talvez apenas precisem acreditar.

Sandy Quintans

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sente muito, sente tanto.


Algumas pessoas são mais sensíveis que outras. Sentem muito, sentem tanto. Não julgo quem não transparece ou quem demora mais a sentir, sobrevivência é uma questão importante, e infelizmente o mundo não é azul e muito menos cor de rosa. Por isso, muitas vezes tenho vontade de aplaudir de pé quem realmente sabe demonstrar o que sente. Aplaudir de pé quem sente muito, quem sente tanto.
Se permitir magoar, você deve admitir, não é todo mundo que consegue. Não é pra todos. Se permitir amar á alguém mais do que assim mesmo é quase fábula, é quase conto de fadas. Quase, porque existe também na vida real. Quem se permite tanto assim merece inevitavelmente admiração.
O engraçado é pensar que sempre deveria ser assim. Sentindo muito, sentindo tanto.

Sandy Quintans

terça-feira, 19 de abril de 2011

Colheita.


Reconhecimento é uma questão que acaba não dependendo de você. Essa é a parte chata de fazer e ainda assim não ver a colheita acontecer. Mais chato ainda é perceber que quem não faz é reconhecido por fazer. Detesto a sensação de perceber que o que foi feito ainda não foi suficiente a toda dedicação.
reconhecimento
sm (reconhecer+mento2) 1 Ato ou efeito de reconhecer. 2Psicol Aspecto funcional da memória pelo qual a pessoa tem o sentimento de algo já experimentado ou conhecido. 3Averiguação, exame, verificação. 4 Ato ou efeito de reconhecer como legítimo um governo ou um culto. 5Confissão, declaração de um fato. 6 Galardão, prêmio, recompensa, retribuição. 7 Gratidão por um benefício recebido.8 Ato pelo qual se reconhece a existência de uma obrigação.
Eu nunca fui o tipo de pessoa que prefere receber coisas fáceis, sem luta. Reconheço que cada coisa na vida tem um preço, ás vezes alto, outras vezes  nem tanto. Inevitavelmente passo a me perguntar a razão para nos alimentarmos de uma cultura farta de coisas fáceis e reconhecimentos imediatos á esforços inexistentes.
Também não sou o tipo de pessoa que gosta de olhar para as coisas dos outros, muito menos invejar. Mas não posso deixar de notar que essa coceira que me deu atrás da orelha me diz que falta alguma coisa. É fazer a conta sem chegar ao resultado.
Junto com a coceira percebi também que reconhecimento, além do que o dicionário escreve, é uma coisa que exige tempo. Embora ainda não saiba se o que me incomoda mais é fazer e não ver, ou ver quem não fez ver. Talvez demore, talvez venha.

Sandy Quintans

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tragédias Evitáveis.


Tragédias acontecem por milhares de razões, e em sua maioria são completamente inevitáveis. Tragédias unem as pessoas e por mas que existam culpados pelo acontecido as pessoas não se apegam muito á esse fato e sim serem solidários com suas vítimas e suas famílias. Tsunamis, quedas de aviões, terremotos, e até loucos que sofriam de bullying na escola e que transtornados atiram em escolas, aqueles que querem vingança.
Eu não consigo aceitar de maneira alguma que uma pessoa saia da sua casa especialmente na intenção de matar crianças. Crianças das quais nenhuma fez nada a essa pessoa. Crianças que apenas estava sendo crianças.Eu não consigo medir o grau de maldade disso. Eu sei que o cara era louco, é até óbvio, mas as vidas daquelas crianças não serão devolvidas só porque um cara LOUCO sai atirando.
Eu tenho uma irmã nessa faixa de idade. Geralmente quando eu chego da faculdade a noite costumamos assistir á filmes juntas. Sempre dormimos no meio. Mas a única coisa que me passa pela cabeça quando eu penso no episódio do louco-matador-de-crianças, eu penso " E se isso tivesse acontecido na escola da minha irmã?".  É se colocar no lugar do outro.
Dentro do meu estomago tem uma coisa estranha sempre que penso nesse história e não vou negar que chorei pensando nisso. Mas é esse nó estomago que me deixou sem palavras pra terminar esse texto. Por isso encerro em silêncio.

Sandy Quintans

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quando uma pessoa vira um alguém.


Eu costumava perguntar o que realmente era um alguém para as pessoas. Alguém ás vezes parece vago demais, mas eu vejo como algo de importância demasiada. Existem milhares de pessoas no mundo e com certeza você não sabe quem são, são apenas rostos ali jogados, na multidão. Mas cada uma dessas pessoas, que pra você são apenas simples pessoas mesmo, carregam seus sonhos, suas dúvidas, seus prazeres e seus desgostos. Esse rosto que se encara desconhecido pra você e completamente esquecível é um alguém importante pra alguma outra pessoa.
O que sempre parei pra me perguntar foi quando é que a gente olha pra uma simples pessoa e percebe o quão importante ela se tornou. Quando foi que ela virou alguém. Eu de fato não soube responder, isso acaba por ser pessoal. Cada pessoa tem seu tempo, cada pessoa forma o seu alguém.
Foi analisando esses pensamentos, inúteis ás vezes eu confesso, que eu analisei os meus "alguém". E realmente não havia formula, nem sentido. Não existia nenhuma pré seleção. Pessoas são assim, sem formulas e sem padrões, embora ás vezes muito previsíveis. Cada um com seu jeito, sua característica, sua doação ou a falta dela.
Acho que é assim que uma pessoa vira um alguém. Gostando de cada característica. Detestando metade delas. Querendo segurar a mão quando aquela pessoa chuta o balde sem pensar duas vezes. Admirando vê-la abraçar o mundo por causas inúteis, mas sinceras. Lembrar desse alguém quando se deparar algo que ela gostaria. Esquecendo dos seus aniversários. Acho que é assim que uma pessoa qualquer vira um alguém pra se amar. Assim mesmo sem razão.

Sandy Quintans

segunda-feira, 28 de março de 2011

Eu que gosto de você mesmo assim.


Eu nunca procurei perfeição em ninguém. Até porque a qualidade básica em seres humanos estão nas imperfeições e nos erros. Existem milhares de pessoas no mundo das quais acabam gostando das mesmas coisas e da mesmas pessoas. Todo mundo sabe o que é bom, e o que é ruim. Como diferenciaríamos as pessoas se elas não tivessem seus defeitos?
Não, não se trata de errar de graça. Se trata de cada mania que cada um tenha. Os defeitos involuntários. Aquela pequena coisinha que quando fazem te tira do sério. Mania chata mesmo. Talvez eu só esteja surpresa.
Maybe I'm amazed at the way you love me all the time
Maybe I'm afraid of the way I love you
Maybe I'm amazed at the way you pulled me out of time
And hung me on a line
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something
That she doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me
Baby won't you help me understand
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Maybe I'm a girl and maybe I'm a lonely girl
Who's in the middle of something
That she doesn't really understand
Maybe I'm a girl and maybe you're the only man
Who could ever help me
Baby won't you help me understand
Maybe I'm amazed at the way you're with me all the time
Maybe I'm afraid of the way I leave you
Maybe I'm amazed at the way you help me sing my song
Right me when I'm wrong
Maybe I'm amazed at the way I really need you
Paul McCartney em Maybe I'm Amazed.
Sandy Quintans

sábado, 19 de março de 2011

Por um minuto de silêncio.


É tanta correria pra lá e pra cá, que me questionei qual realmente era a verdadeira razão para estarmos aqui. O conceito de pessoa bem sucedida pra mim é relativo. Não sei se passarmos a maior parte do nosso tempo se dedicando ao futuro nos fará mais feliz. Ás vezes tenho a impressão de que o mundo não te dá tempo pra viver o presente.
Mesmo que ás vezes eu deseje um dia de 36 horas, tenho a plena certeza de que se tivéssemos, passaríamos todo o tempo aproveitando cada minuto para se ocupar mais.  Ocupando-se com obrigações, é claro. Ocupando-se com o que tem de ser feito. Ocupando-se para o mundo, e nem tanto pra você. Ocupando-se em buscar a tal qualidade de vida que se espera ter algum dia.
O engraçado de tudo isso, é que não somos nós quem escolhemos se gostaríamos de ser assim, tão ocupados, e tão fora do presente, mas sim a vida. Os outros homens. E suas novas tecnologias. De repente, assim mesmo, de repente, vivemos em um ritmo de vida tão acelerado e tão repentino, que ás vezes tenho a total convicção de que a cada dia se acelera mais. Não sei ao certo se o preço de toda essa informação do século nos tornará mais sábios, ou mais cansados.
Jogados na selva, saímos por aí em busca de um lugar ao sol. Um espaciosinho que seja na areia. E na maioria das vezes nem é pra brilhar, é só pra se aquecer. No fim das contas passamos nosso tempo procurando estabilidade, reconhecimento, e qualidade de vida. No fim das contas é mera sobrevivência. É só o preço da informação.
Será que nós seres humanos afinal de contas estamos aqui pra isso? Para vivermos uma vida onde sobrevivência é a lei. Por que não se agradar com coisas que realmente gostamos de fazer? Ou que realmente seja da nossa vontade fazer? 
Volto a dizer que pessoa bem sucedida pra mim é algo totalmente relativo. Todos nós sabemos que não adianta nada chegar no fim com os bolsos cheios e o coração vazio. Talvez uma carreira bem sucedida, não adiantaria de nada se não houvesse pessoas por quem se preocupar, pessoas das quais se pode retornar. Talvez seja a hora de se usar o pouco tempo presente sendo feliz, nem que seja por um minuto dos curtos dias corridos.
Tá valendo ser feliz agora também, sem dar deixar tudo pro amanhã. Se dar o tempo pra se fazer o que realmente se gosta de fazer.

Sandy Quintans

segunda-feira, 14 de março de 2011

O que é permitido carregar.


Ás vezes se você parar pra pensar ou pra se importar você não vive. Não vive nem um pouco. Por que não parar um minuto pra não pensar? Se tu que lhe disserem, se tudo que lhe fizerem, e se tudo lhe ferir, guardar e pensar é deixar de viver. As feridas não fazem valer a vida se você se importar tanto.
Pode parecer coisa de gente que não se importa, e talvez até seja. Mas se levar tão sério é guardar feridas, é se magoar. E por que não esquecer as coisas ruins e carregar apenas as boas? Esquecer e perdoar é um bem que se faz a si mesmo. E se manter bem é melhor egoísmo que pode existir. Que é permitido ter. Que é permitido carregar.
Mas que bobagem que é remoer as chateações. Isso é coisa que toda criança já sabe, e a gente deveria não esquecer. Pra viver, tem que perdoar, tem que esquecer. E se pra todos os que passos que você der, você tiver que pensar em todas as consequências? Nem atravessar a rua você poderá.

domingo, 6 de março de 2011

Sobre expectativas, sobre realidade.


Todo mundo já se decepcionou alguma vez na vida. Parece tão fácil criar expectativas sobre certas coisas, e certas pessoas. Eu não sou de criar expectativas sobre muitas coisas, sei o preço de quebrar a cara, embora não tenha quebrado muitas vezes. Mas é meio que burrice cometer os mesmos erros muitas vezes, uma vez deveria bastar pra que se entendesse. Mas seres humanos são coisas complicadas, de dificil entendimento.
O vantagem de se ter cautela é que por fim as expectativas são reduzidas ao que e á quem realmente interessa. E á quem realmente se gosta. Mas talvez também esteja aí a desvantagem de tudo. O tombo é  maior. O choque também. O desapontamento. Aquele desapontamento
Foi assim que me senti, desapontada. Desapontada como quem fez algo pra que fosse para o bem. Desapontada como alguém que não espera perder assim. Perder assim, e aos poucos a admiração de anos. De alguém que deveria saber bem a diferença de coisas feitas para o bem, e de coisas feitas para magoar.
Tudo bem, tudo bem. Eu levei numa boa, o chato foi perceber que aquele que foi o seu herói não fez o mesmo. A decepção foi perceber que o seu herói é muito mais humano do que você.
Realidades, expectativas.

Sandy Quintans

quarta-feira, 2 de março de 2011

Baby, you can drive my car.


Quando eu tinha meus 15 anos eu sonhava quando fosse fazer 18 anos iria o quanto antes tirar minha bela carta de motorista. "Que desejo de dirigir". Adorava jogos de corridas de carro, principalmente aqueles de volante que sempre tem em Shopping. Adorava.
Acontece que essas vontades a gente acaba por esquecer. É aceitável. Passar anos esperando é meio entendiante. Por fim acabou que meus 18 anos chegaram, mas eu não entendi. Demorei pra entender. Demorei pra sacar. É aceitável. Se hoje os 40 são os novos 30 o que afinal será dos 18? Sim, tem muita gente com 8 anos por aí. Quando cheguei aos 19 com o pézinho quase nos 20 foi que eu resolvi que tava na hora. Afinal sonhos são sonhos. Embora fosse muito um sonho esquecido.
Burocracia desanima. E carta de motorista é sinônimo de burocracia e de muita pernada por aí. Você passa pela fase das fotos feias das quais você terá que se lembrar um tempão daquele dia que você esqueceu de arrumar o cabelo. Tem a fase das aulas teóricas que te dá um medo danado de sair na rua e ser atropelado por um carro desgovernado. Sem contar a fase que você percebe que todo mundo faz errado.Prova. Depois de todo um belo de um blá blá blá, chega a hora de tu sentar no carro. Após muito freio e embreagem chega o dia da tão temida prova prática. Imagine você que apenas três pontos é permitido perder. Suor, claro.
Fiquei pensando um tempão, por que afinal de contas tem tanta gente desatenda no trânsito? Gente que dirige mau. Gente que não sabe o que faz. Sempre dando seus jeitinhos. Não sei se afinal de contas, depois de tanta burocracia as pessoas esquecem do que aprenderam ou se resolveram comprar suas cartas pra resolver todos os seus problemas. É aceitável. Afinal de contas quem é quer passar por toda essa burocracia?
Inaceitável mesmo é que tanta gente perca a vida porque alguém teve preguiça de burocracia. Aceitável é esperar sua carta chegar.

Sandy Quintans

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Deveria ter morrido de Amor.


Eu tenho preguiça com pessoas pessimistas. Pessoas que tem medo de ser feliz. Pessoas que fazem questão de estragar a felicidade dos outros só porque tem medo. Tem muito pessimista que se disfarça de realista.
'Pessimista não, realista'
Depois de um tempo que a gente cresce e se tornar realista é inevitável. É hora de colocar os pés nos chão.  De tomar vergonha na cara. Quando as contas chegam não dá pra ficar sonhando acordado, é hora de realizar. Mas não abro mão de sonhar, não abro mão de tirar os pés do chão nem que seja por um minuto.
Me pergunto se todo pessimista começou sendo realista. Me pergunto se foi pro envelhecimento ou desgosto. Não é preciso ter medo ser feliz. Medo mesmo eu teria de passar o tempo que eu poderia estar vivendo pra mim sendo pessimista. Medo mesmo eu teria de chegar no fim e pensar :
'Deveria ter morrido de Amor'
Sandy Quintans 

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O inevitável.


Nunca me perguntei quais de fato eram meu sentimentos por você. Eu estava bem, você estava bem, e não havia propósito pra nada disso. Insegurança essa que me prendeu no chão e me deixou sem movimentos apenas pelo fato de sentir medo de meus próprios sentimentos. Sentimentos ás vezes têm asas que nos arrastam. Não sei se estaria pronta ou muito menos disposta a um mundo revirado, mesmo que por sentimentos tão nobres. Os pés fincados ao chão.
Me permiti enfim a um passo, tímido passo. 'Será que deveria eu me questionar?'. Depois de tudo arrumar, girar o mundo em 360 graus, botar a roupa pra lavar, depois de encontrar o lar. Depois de se encontrar? Recuei em fim o discreto passo. 'Por que deveria eu abalar o meu mundo?'
Mas certas vezes, acontece que não se pode esconder. Certas coisas te encontra, certas coisas não foram feitas pra serem escondidas dependendo da sua intensidade. Dependendo da intensidade do sentimento escondido. Certas coisas estão predestinadas a te encontrar.
E foi de repente enquanto eu estava sentada em meio a juras e  promessas que eu percebi então o inevitável. Senti uma dor no peito por um minuto, mas que depois passei a sentir muitas vezes quando pensei no assunto. Senti aquela dor no peito que me dizia que tinha medo de te perder. A dor que diz que eu realmente gosto de você.

Sandy Quintans

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Fábula.


Ela tinha o coração do tamanho do mundo, não contava pra ninguém. Talvez não soubessem que ela se lembra sempre de todos os amores. De todos os tipo de amores da vida dela. Talvez não entendessem que ela nasceu e cresceu em silêncio. No silêncio de quem aprendeu vendo, observando. No silêncio de quem aprendia a coisa certa a dizer. Nunca de fato descobriu, mas percebeu bem o peso de cada palavra. Talvez nem sempre pela palavra dita por si mesma, mas talvez pela palavra escutada, a palavra que ás vezes fere, ás vezes ensina.
Estúpida menina. Menina perdida que se esquece de contar qual é o tamanho de seu coração. Mas deveria ser dito? Certamente deveria ser notável, mas ela ás vezes se esquecia de se permitir. Erros comuns e corriqueiros pelos quais todos acabam passando. Mas ela não era todos, talvez nunca tenha sido. Ou talvez fosse unida ao todo apenas por fatores naturais da vida, nascer, crescer e um dia morrer. 'Todos". É fato que a maior parte do que era natural aos outros não lhe sorriu. Tudo bem, isso não era problema, lhe era característica.
Sempre soube aproveitar seu tempo consigo mesma, produtiva. E sempre soube aproveitar seu tempo com os que querem bem. Bem com ela, bem com você. Talvez não entendessem sua maneira de se adaptar as coisas como deveriam ser. Talvez de vez enquanto lhe dava impulsos de rebeldia e rejeitava á adaptações.  Nunca se entende as mulheres e sua manias de jovens meninas.
Só lhe resta sorrir, porque inofensiva é o que você é. Clássica menina perdida. Clássica menina sonhadora.

Sandy Quintans

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

The Right Words.


A: Eu não digo as coisas que você quer ouvir.
B: Costuma dizer as que eu preciso quando não quero.
A: Ás vezes quando paro pra pensar, me sinto péssima.
B: Não precisa disso, está tudo bem.
A: Eu nunca te abraço quando você está mal.
B: Mas me abraça quando estou bem.
A: Não sei lidar com situações difíceis, como vou te apoiar quando precisar?
B: Eu irei te pedir pra estar lá.
A: E se eu não souber te apoiar?
B: Ninguém tem a formula.
A: Então eu não saberei o que fazer.
B: Quando realmente for a hora, você vai saber
A: Como você pode saber ?
B: Porque vai dar tudo certo, sempre deu, sempre vai dar.
A: Isso não quer dizer que eu não queira fazer do jeito certo.
B: Então é só fazer.

Sandy Quintans

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

When you're strange


Sempre achei que não me encaixava muito ao mundo. 'Será que eu sou uma peça sobrando?' . Preferi pensar que estava faltando. Acabei me convencendo. Me convenci tanto que não me sinto desencaixada, apenas passei a estranhar outros. Milhares de peças desencaixadas deste mundo. Mundo Auto Destrutivo.Não é estranho como eles são? Pior mesmo é quando ouço as coisas mais estranhas com ao tom de coisas completamente normais. Não faz parte de mim. Não faz parte do que eu acredito. Não faz parte de ser normal.
Eu escuto, eu converso, não se encaixa. Ainda bem que tenho conforto, fiz questão de juntar a quem me aceitou, mas ainda não entendeu. Ainda não entenderam. Não sinto vontade de outras pessoas, olhem só pra eles,  não se entendem, não se aceitam, não se cuidam. Pra quê se unir? Talvez o que de fato me incomode não é o fato de acha-los estranhos e ser bem felizes sem eles, porque sou feliz com os semelhantes. O que de fato me incomoda é talvez acreditarem que não estou bem assim. Que preciso mudar. Que preciso interagir. Mas se sou saudável, feliz e normal sou estranha.
Antes uma estranha feliz, do que normais estranhos.

"People are strange, when you're a stranger"
 The Doors em People Are Strange

Sandy Quintans

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Feliz comigo e com você.


A: Eu não preciso de você.
B: Quer que eu vá embora?
A: Não.
B: Pra quê isso então?
A: Eu só posso ficar com você se eu precisar?
B: Não. Eu só pensei que..
A: Pensou o que todo mundo pensa.
B: Pensa o que?
A: Que relacionamento se baseia em dependência.
B: Hm.
A: Eu não preciso de um homem pra me fazer feliz, porque eu já era feliz sem um.
B: O que estou fazendo aqui então?
A: Completando a minha felicidade, me deixando mais feliz.
B: Como eu faço isso?
A: Só a sua presença já me faz mais feliz.

Sandy Quintans