quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O restinho no prato.


Dois anos se passaram e milhares de coisas mudaram. Inclusive minha intolerância, essa encurtou. Acho que a gente vai ficando velha e perdendo a paciência. Se crescer é uma tarefa complicada, lembrar da infância é algo completamente esquecido. Bem difícil de ser lembrado.
Eu sempre tive mania de deixar um restinho de tudo que como.Aquele velho restinho de pão nada tem a ver com satisfação. Não enche uma mão das vezes que cheguei até o fim. Desde criança. O engraçado dessa mania esquisita é que nunca senti remorso por jogar comida fora. Pode dizer que sou coração de pedra. Pra certas coisas eu sou mesmo. Tem uma hora na vida que a gente endurece o coração pra que as pauladas doam tanto assim.
É uma mania que não faço questão nenhuma de perder. Não nenhuma maldade minha não. Mas é que cresci e foi algo que não perdi. Se a infância é melhor fase da vida por que então não conservar o pouco que dela resta? Meu bom e velho amigo restinho.

Sandy Quintans