terça-feira, 30 de abril de 2013

segunda-feira, 29 de abril de 2013

sábado, 27 de abril de 2013

sexta-feira, 26 de abril de 2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Uma linha por dia #78

Me tornei campo minado. 
Sandy Quintans

Vulnerável.

De alguma maneira que não sei explicar, pensei por instantes, meses e dias que estava imune a certas questões da vida. Coisas que são comuns às outras pessoas e que pra mim já era página virada. Minha vida, meus sentimentos e aprendizados me fizeram aceitar que certas coisas não era pra mim. E que tudo que um dia havia  me apunhalado o coração, tivesse feito com que as cicatrizes me transformassem e até mesmo me aceitasse de uma outra maneira. 
De fato, sempre foram coisas comuns, que acontecem com todos. Mas ao contrário da maioria, ou do que se espera apesar de óbvio, eu reagi de outra maneira aos tropeços. Como  gosto de dizer, apesar de me sentir apenas mais uma em meio a multidão, sei que exergo alguns detalhes. Não de um jeito especial, apenas diferente. Mas como tudo na vida, eu estava errada. O quarto vazio, no final das contas, me causava reação. O medo de perder também. As roupas que antes caiam, agora apertavam. Agora, o que antes era certo se tornava avesso. 
Abril me deixou vulnerável. Os dias deste outono me mostraram que eu havia esquecido antigas lições. Aquelas que um dia me orgulhei. E agora, aos pequenos passos caminho procurando novamente um a zona de conforto. Sem explicação. Sem razão. Sinto que se alguém assoprar, eu caio.

Sandy Quintans

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma linha por dia #77

As pequenas coisas alegram meus dias entediantes.
Sandy Quintans

Um espaço para dois

Eu já escutei diversas vezes que alguém prefere cachorros, por serem mais dóceis, carinhosos e dispostos a brincar sempre. Assim como escuto de quem prefere gatos, que eles são independentes, limpos e amáveis. E assim, assumem qual é o melhor bicho de estimação e os defendem por suas diferenças. Só que ninguém precisar amar apenas aos gatos. E não precisa amar apenas aos cachorros. Pois são duas coisas diferentes, com características diferentes e que podem ocupar o mesmo espaço. Eu amo gatos. E amo cachorros. E foi assim que percebi que duas coisas diferentes não necessariamente são opostas. Um não anula o outro. E sim, existe espaço para dois.
Assim como existem gatos e cachorros, existem homens e mulheres. Homens e Mulheres possuem características diferentes. Homens fazem xixi em pé, enquanto mulheres sentam. Mulheres engravidam, homens acompanham. Mulheres menstruam, homens são iguais todo o mês. Mas isso não quer dizer que mulheres são melhores do que homens, assim como gatos não são melhores do que cachorros. E apesar de necessidades diferentes, ambos têm em comum o fato de serem seres humanos. E assim como gatos e cachorros necessitarem de cuidados e carinho por serem animais de estimação, os humanos necessitam da garantia de direitos, por serem pessoas.
Foi a partir deste princípio básico da vida, que me tornei feminista. Assim como sempre desejei a garantia de direitos para gays e negros, por serem seres humanos, eu quis que mulheres pudessem ser respeitadas pelo mesmo fato. E mais do que isso, eu não preciso ser gay pra entender que um homossexual necessita de igualdade de direitos, assim como os negros. Isso quer dizer que você não precisa ser mulher para defender uma. Basta se assumir humano.

Sandy Quintans

segunda-feira, 22 de abril de 2013

domingo, 21 de abril de 2013

Uma linha por dia #74

Mau humor não é como irritação. É coisa que gruda na gente igual tristeza e não passa como chateação. 
Sandy Quintans

sábado, 20 de abril de 2013

Uma linha por dia #73

Os sábados são ensolarados e cheios de planos. Um dia foi o meu dia preferido da semana. 
Sandy Quintans

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Uma linha por dia #72

Fugi das responsabilidades para não enlouquecer. 
Sandy Quintans

Autossuficiência.

Passo dia cercada por dezenas de seres humanos. Muitos nunca me viram. Outros existem apenas em minha mente. E uma grande parcela convive comigo. E no entanto passo a maior parte do meu dia me sentido só e incompreendida. Sempre me pergunto quantos realmente me conhecem. E quantos realmente me ajudaria em um momento difícil.
Vejo todos sendo solidários uns aos outros. E passo muito tempo questionando porque nunca senti essa tamanha solidariedade comigo. Talvez porque não acreditam que eu necessite. E talvez porque nunca realmente precisei. E talvez porque eu seja um ser isolado. Hipóteses não faltam. Eu criei o muro de Berlim em minha volta. Às vezes é confortante e outras é desesperador.
Por mais que as escolhas fossem minhas, assim como qualquer outro ser humano, eu sinto vontade de ter amigos para conversar sobre música, filmes e livros. Falar de coisas que são realmente interessantes pra mim e não me sentir excluída de um assunto. De que me vale todas essas experiências que se passam dentro de mim se não forem para ser compartilhadas? 
Me sinto negligenciada pela vida por ter me tornado quem sou pra ter de guardar tudo de volta no mesmo lugar. E esse é apenas um dos desabafos que se tornaram clássicos em minha vida e que nunca me levaram a canto algum. 

Sandy Quintans

quinta-feira, 18 de abril de 2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

segunda-feira, 15 de abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Uma linha por dia #65

A notícia era de que um casal de idosos foi encontrado morto no quarto de sua casa. Que sorte a deles morrer com amor.
Sandy Quintans

quinta-feira, 11 de abril de 2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Uma linha por dia #63

Hoje, lendo este texto eu cheguei à conclusão de que não sei pelo que eu espero. Mas que eu espero. 
Sandy Quintans

terça-feira, 9 de abril de 2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Uma linha por dia #61

E assim, se encerra um ciclo de sete meses.
Sandy Quintans

Novos tempos.

Acordei cedo. Fiz tudo como de costume, mas sabia que apesar de ser só mais um dia, seria único. Aqueles passos que fiz nos últimos sete meses, seriam os últimos a serem dados desta maneira. Borboletas voavam intensamente em meu estômago. E tudo o que eu queria, era uma solução. Cansei de deitar a noite e pensar que queria acordar em outras condições. Eu queria mais. 
As três conduções. A música no ônibus. O pasto do caminho. Era só mais um dia de trabalho, exceto que era o último desta aventura. Independente dos motivos, eu havia tomada uma decisão. E precisava dizer isso, a pior parte. 
Eu não sei o que aconteceu. Se nasci assim, ou se foi um defeito de percurso. Mas eu sou péssima em me comunicar verbalmente. É triste. Principalmente se você decidiu seguir a carreira na área de comunicação, isto é, jornalismo. Mas as palavras travam em minha mente e não conseguem mais sair de lá. Como cadeia. Como amnésia. Como coisas que não devemos falar. Mas saiu, não como esperado. Mas saiu com um susto. E como de costume, as lágrimas. Ainda que controladamente. 
O final foi um alívio. E uma pulga, bem atrás da orelha. E inevitavelmente olhei pra dentro de mim e me perguntei o que havia de errado comigo. Não descobri. Mas conclui.

Sandy Quintans

domingo, 7 de abril de 2013

Uma linha por dia #60

Aquele frio na barriga que diz que tenho que fazer algo difícil, mas necessário.
Sandy Quintans

sábado, 6 de abril de 2013

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Uma linha por dia #58

Me pergunto em que momento da vida eu decidi que era melhor conversar sozinha do que desabafar  com amigos. 
Sandy Quintans

Dear Charlie,

Uma carta para Charlie.
Dear Charlie,

Gostaria que soubesse que recebi suas cartas, conheci sua história e acompanhei. É uma pena que eu não saiba quem você é, apesar de conhecê-lo intimamente. Eu torci por você a cada nova etapa. E mais do que isso, você me ajudou. Me ajudou a compreender que coisas ruins acontecem com todos nós, mas nem por isso devemos nos deixar abater. De que não precisamos nos tornar uma história triste. E que mesmo quando não sentimos vontade ou não temos forças para nos levantar, devemos lutar. Pois a vida nunca para.
Nunca sabemos em que momento um raio irá partir ao meio os nossos corações, mas isso não significa de que nossas vidas têm de acabar. Ou quando teremos um ataque de fúria para defender alguém que amamos. Há sempre espaço para reconstruir. 
Penso que se todos que tivessem passado por traumas de infância ou que se sentisse depressivo reagisse como você, nosso mundo não seria tão infeliz. Eu acredito do fundo do meu coração, que você ajudou pessoas a recomeçarem e a se aceitarem como invisíveis. É bem verdade que por causa do tempo, eu já havia passado pela fase de aceitar a minha invisibilidade. E sua história me deu a certeza de que fiz as escolhas certas em relação a minha personalidade introspectiva.
Agora, sempre que passo por um túnel, tento imaginar por quais túneis tem passado. Gostaria de saber por quais caminhos andou e o que aprendeu. Se com 16 anos você nos ensinou grandes lições sem se dar conta, imagine depois de viver muito mais. Em minha imaginação, gosto de acreditar que ficou com a Sam depois da faculdade e quem sabe até viajaram o mundo atrás de Patrick. É difícil acreditar por completo, já que perdemos boa parte dos amigos que marcaram nossa adolescência. Prefiro acreditar que a sua história foi diferente, e que de fato vocês eram infinitos. 

Love always,
Sandy.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Uma linha por dia #57

Me deixe ser o que eu quiser, até se for pra ser louca.
Sandy Quintans

Estalo

Quando eu tinha 16 anos, decidi que queria trabalhar. Como já disse outras vezes, liberdade é o meu lema. E independência é consequência. Sinceramente, foi uma das melhores coisas que eu já fiz na vida. Durante quatro anos e dois empregos, por mais que tivesse os altos e baixos comuns a qualquer trabalho, eu fui feliz. E mais do que isso, nunca tive medo de colocar a mão na massa e dar o meu melhor. E pouco importavam qual dia da semana seria. 
Há cerca de um ano e meio eu resolvi trocar de emprego e trabalhar com o que estudo. E nunca mais fui feliz trabalhando. Desde então um sentimento de que havia algo errado comigo me persegue. Como se eu tivesse feito algo errado, ou pior, escolhido algo mal. Me sinto perdida o tempo todo.
Nessa semana tive um estalo. O de alguma estava errada e poderia não ser eu. Eu ainda não sei o que é. Mas sei que decidi que não quero mais viver a rotina como sacrifício. Porque isso não faz parte de mim. Pois acredito que nem toda necessidade precisa ser uma obrigação. Pode ser um prazer.

Sandy Quintans

terça-feira, 2 de abril de 2013

Uma linha por dia #55

Somos muito mais do que empregados, somos seres humanos livres. 
Sandy Quintans

Liberdade, liberdade.

Liberdade é fator principal da minha vida. Todas as minhas decisões e opiniões partem deste princípio básico da vida. Ser livre. E desejar liberdade. Talvez por isso eu tenha adotado o feminismo como causa. E talvez por isso eu busque tanto a independência. 
Não é necessário regredir muitos anos em minha adolescência, pra descobrir que este sempre foi um desejo antigo. Porque acima de qualquer coisa, eu acredito que todos devem se tornar aquilo que desejam ser. Não se manterem presos às regras impostas, patrões obstinados a decidirem o que devem ser, relacionamentos que não te fazem feliz e padrões que não se encaixe a você. 
Digo isto, porque percebo o quanto as pessoas se limitaram em ser presas e a não decidirem o que de fato querem ser. Alguém só deve ser preso a algo ou a alguém se assim desejar. 
Eu sonho com o dia em que todas as pessoas pudessem de fato assumir aquilo que elas mais desejam. E que soubessem lidar com a opinião alheia. E que aprendessem a entender que nem todos os seres são iguais. Que podem ser diferentes. Que podem ter suas próprias faces. E que acima de qualquer coisa, têm o direito de serem livres. 

Sandy Quintans